A Tavi é uma confeitaria histórica, inaugurada em 1935 e adquirida pela família Paiva em 2006. Os mais de 40 anos de experiência de José Paiva na área justificam o sucesso desta casa, que tem sido marcado pela inovação - da modernização do espaço à proposta de novos sabores.
Para além da pastelaria tradicional, tem vindo a introduzir novas receitas, produtos mais delicados e sobremesas contemporâneas, em tamanho individual e familiar, para degustar na confeitaria, levar para casa, ou oferecer em ocasiões especiais.
Outra das apostas da Tavi tem sido a Gastronomia. Aos produtos de confeitaria e pastelaria, veio juntar-se o serviço de restaurante e uma Carta de Apetites que valoriza uma cozinha moderna e uma interpretação original de alguns petiscos tradicionais portugueses.
Em qualquer dos espaços da confeitaria, é possível saborear desde um pequeno almoço madrugador, a um almoço de lazer ou de negócios, um lanche retemperador ao final do dia ou até mesmo umas tapas bem regadas a antecipar o jantar.
A esplanada lounge, com vista panorâmica sobre o mar e a convidativa marginal da Foz, é um espaço confortável, harmonioso e funcional, para desfrutar a qualquer hora do dia e durante todo o ano.
"(...) a Foz me pertence como uma roupa de corpo que me veste por dentro, como uma pele imemorial em que o tempo conta muito e não conta nada." (Miguel Veiga)
Estamos na Rua da Senhora da Luz, em plena Foz Velha. Junto ao mar, conseguimos ouvir o som do grito das gaivotas e o desmaio das vagas na areia. Todos os dias, bem cedo, é o cheiro a maresia que nos inspira. Quem resolver entrar, que se prepare para o deleite dos sentidos…
Em tempos idos, a Foz do Douro era o lugar privilegiado para os famosos banhos quentes, onde as mais prestigiadas casas aqui se situavam. Banhos no mar, esses, eram coletivos - para os menos pudicos - ou individuais para os mais recatados, e entre rochas, não fosse o vestido subir acima do tornozelo.
Mas para chegar aos banhos, primeiro tinha de se escolher o transporte. Consoante as bolsas, podia-se escolher o meio. Para os mais endinheirados havias as caleches, seges, chars-à-bancs. Quem tinha famílias numerosas e o dinheiro não abundava nos bolsos, o carroção, sem limite de lotação, servia na perfeição. O cavalo era a grande moda da época, embora o burro fosse o mais utilizado.
Para matar o tempo, davam-se passeios, subia-se até ao Farol da Senhora da Luz ou ia-se até à Cantareira assistir à chegada das lanchas e comprava-se a bela pescada fresca. Faziam-se também as famosas jericadas, que não eram mais do que corridas de burros.
As compras eram feitas preferencialmente na Rua da Senhora da Luz. Ali podíamos encontrar casas de lanifícios, talhos, alfaiates, barbearias, sapatarias, carvoarias, casas de pasto e confeitarias, com destaque, como é óbvio, para a Tavi, a confeitaria da Foz por excelência.
Agora os tempos podem ser outros e as modas também. Os ventos de mudança por aqui passaram mas não conseguiram levar a alma à Foz. Abriram-se novas e sofisticadas lojas, os passatempos são mais radicais, desapareceram as ruas empoeiradas e hoje passeia-se nos últimos modelos automóveis pela bem afamada Avenida Brasil.
Mas se aguçarmos os sentidos, apercebemo-nos que tudo e nada mudou. Os gritos das gaivotas continuam, o burburinho das águas reconforta-nos, a neblina matinal envolve-nos e murmura aos nossos ouvidos - “Estás na Foz, na eterna e imutável Foz."